Diversas partes do mundo vem enfrentando as tragédias resultantes de enchentes e inundações. As catástrofes não se limitam ao território brasileiro, muitas cidades ao redor do globo despendem esforços para enfrentar ou evitar os acontecimentos. Na busca por soluções, profissionais recorrem à outros meios, fugindo das tradicionais bocas de lobo e dos encanamentos. Buscando por formas eficazes que garantam resultados, criaram-se as chamadas cidades-esponja.
O método parte do pressuposto de que os grandes centros urbanos lidam com a água das chuvas de forma errada. Atualmente coletamos essa água e nos preocupamos em dispensá-la nos rios o mais rápido possível. A proposta das cidades-esponja é diferente, somos apresentados à uma série de recursos que garantem a absorção da água pelo solo, assegurando espaço e tempo para que isso ocorra.
Para tal, dentre as medidas apresentadas e utilizadas no mercado, podemos citar os parques alagáveis, as praças-piscina, os telhados verdes e os calçamentos permeáveis. Trata-se de métodos que buscam minimizar o impacto das chuvas nas metrópoles, preservando ecossistemas naturais, que são mais capazes de se recuperar.
São estrategicamente localizados à beira de um rio ou numa depressão para armazenar a água, estes, são desenhados com o intuito de serem parcialmente alagados durante alguns períodos do ano. Para que a movimentação de pessoas não pare, eles possuem passarelas suspensas que permitem esse deslocamento de um lado para o outro.
Não se engane ao pensar que um parque alagável se restringe à construção de espaços extras para armazenar as águas das chuvas. Na verdade, trata-se de uma solução que busca uma vegetação pensada para absorver a água e estimular a biodiversidade local.
Há quem diga que os parques alagáveis são uma alternativa para os chamados piscinões (submetido à muitas críticas), proposta já adotada pelas autoridades brasileiras.
Além da função de armazenar a água da chuva em épocas de cheia, as praças-piscina geralmente atuam como área de lazer, podendo ser em formato de quadra de futebol, por exemplo, devido o seu formato pode virar um reservatório quando necessário. Após a água ser retida ela é distribuída no subsolo por encanamentos.
Vegetação na área superior dos imóveis (no teto) em formato de jardim ou vaso para que ocorra a absorção da água. Não é uma ideia nova, na verdade trata-se de uma prática antiga, da Itália renascentista. Se aplicada em escala suficiente a proposta pode reter boa parte da água da chuva, diminuindo o fluxo de água dos bueiros.
Trata-se de um solo poroso por onde a água pode ser absorvida com facilidade, sem necessariamente ter encanamento no local, são pequenos canais de infiltração com vegetação nativa. Outras soluções mais modernas, como em Copenhague, na Dinamarca, estão trabalhando com um tipo de “concreto permeável”.
Muitas cidades vem adotando este tipo de iniciativa para reduzir os impactos causados pelas chuvas, como é o caso da cidade de Jinhua, na China. Muros de concreto que eram utilizados como canalizadores foram demolidos e substituídos por parques alagáveis.
Hoje a solução vem sendo adotada em diversas partes do mundo, assim como outras cidades da China utilizam deste conhecimento, Berlim, Copenhague e Nova York também estão se adaptando à esta proposta.
Embora as iniciativas sejam muito eficazes, não existe unanimidade para afirmar que a ideia de que a permeabilização por si só é o suficiente para evitar alagamentos. Há quem defenda que a preservação da área verde deva ser priorizada nas grandes cidades e não a permeabilização do solo.